Avaliação da condição periodontal em indivíduos diabéticos e não diabéticos / Evaluation of the periodontal condition between diabetics and not diabetics

O presente estudo teve como objetivo avaliar a condição periodontal em indivíduos diabéticos (casos) e não diabéticos (controles). Foram selecionados 15 pacientes para cada grupo, pareados para idade e gênero, excluindo-se da amostra os pacientes fumantes. Os exames clínicos foram realizados por dois examinadores treinados e calibrados. Os resultados evidenciaram médias de perda de inserção (PI) e de profundidade de sondagem (PS) maiores no grupo caso. Na categorização da PI e da PS entre 1-3, 4-6 e maior que 6 mm, foi encontrada PI severa (> 6mm) em três indivíduos do grupo caso e em nenhum do grupo controle, porém sem diferença estatística entre os grupos. Para PS, nenhum indivíduo apresentou bolsa profunda (> 6mm), houve seis indivíduos com bolsas intermediárias no grupo caso e apenas dois no controle, com diferença pequena mas significativa (p = 0,049) entre os grupos. Quando analisados apenas os sítios iguais ou maiores que 5 mm, observou-se, no grupo caso, maior quantidade de sítios com essa PI (450) e essa PS (164) do que no grupo controle (270 e 56, respectivamente), com diferenças significativas entre os grupos (p < 0,001). Na análise de associação para os sítios > 5 mm, notou-se maior risco de o grupo caso apresentar sítios com PI > 5mm (odds 1,85; IC 95% 1,57 a 2,20) e maior quantidade de bolsas nessa profundidade (odds 3,06; IC 95% 2,24 a 4,17), do que o grupo controle. Os resultados do presente estudo indicam que os indivíduos com diabetes mellitus apresentaram pior condição periodontal do que os sujeitos sem diabetes.

This study aimed to evaluate the periodontal status in diabetic individuals (cases) and non-diabetics (controls). Fifeteen (15) patients were selected for each group, matched for age and gender, excluding the smokers. Clinical examinations were performed by two examiners trained and calibrated. The results showed mean clinical attachment loss (CAL) and pocket depth (PD) greater in the case group. In the categorization of CAL and PD of 1-3, 4-6 and greater than 6mm, three individuals in the case group and none in the control group had severe CAL (> 6mm), but without statistical difference between groups. For PD, none presented profound pocket (> 6mm), six individuals in the case group had intermediate PD, and only two in the control, with small but significant difference (p = 0.049) between groups. When analyzed only sites equal to or greater than 5 mm, a larger amount of sites with this CAL (450) and PD (164) was observed in case group, than in the control group (270 and 56, respectively), with differences between groups (p <0.001). In the association analysis for sites > 5 mm, it was noted higher risk for case group shown sites with CAL > 5 mm (odds 1.85, 95% CI 1.57 to 2.20) and highest number of pockets at this depth (odds 3.06, 95% CI 2.24 to 4.17), than the control group. The results of this study indicate that individuals with diabetes mellitus had worse periodontal status than subjects without diabetes.

Associação entre obesidade e periodontite: um possível indicador de risco? / Association between obesity and peridontitis: a possible risk indicator?

Apesar da doença periodontal ter origem infecciosa, sabe-se que o biofilme bacteriano é uma causa necessária, mas não suficiente para o desenvolvimento da periodontite, pois a suscetibilidade individual é determinante para ocorrência da mesma. Assim devido a esse aspecto, alguns indivíduos têm maior probabilidade de desenvolver a doença do que outros. Os fatores de risco à periodontite podem modular esse processo. Fumo e diabete têm maior comprovação científica sobre sua relação com a doença periodontal destrutiva. Entretanto, outros fatores têm sido estudados quanto a sua associação com periodontite, entre eles, a obesidade. O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão de literatura sobre as possíveis explicações biológicas para associação entre obesidade e periodontite e avalias os estudos epidemiológicos existentes que investigaram essa associação, na medida em que há relatos de que a obesidade pode ser positivamente associada com perda de inserção por mecanismo patogênicos comuns.